UNIÃO ECONÓMICA QUE NAO ANTEVIAMOS
As recentes dificuldades decorrentes dos problemas com a aprovação doOrçamento da União Europeia são preocupantes. A U.E. cresceu demasiado depressa, a um ritmo insustentável, e expandiu-se para leste para garantira estabilidade das suas fronteiras orientais. Garante a impossibilidade de novos conflitos entre alemães e polacos. Garante a defesa da Polónia perante o gigante russo, embora a Polónia tenha apenas fronteira com a Bielorussia, e garante também a independência dos estados bálticos. Nomeio, a Rep.Checa, a Eslováquia e a Hungria, são absorvidas, por fazerem parte de um espécie de confederação germânica, pensada e arquitectada desde o tempo do sacro império Romano-germanico. Quando Portugal pediu a adesão à União Europeia, Leonidas Brejnev, era o senhor da União Soviética. Por estes lados, e a bem dizer em todo o ocidente, o urso russo, parecia impenetrável, forte, couraçado, indestrutível, e com capacidade para se expandir. Nem nos nossos mais recônditos sonhos, poderíamos pensar que ao aderir à U.E. estaríamos a entrar numa associação de países onde se encontrariam partes do que foi a antiga União Soviética. Portanto, hoje, fazemos parte de uma U.E., que não antevimos. Logo, todas as negociações foram baseadas em premissas que resultaram erradas. Os homens que negociaram a adesão, partiram do principio de que Portugal, não podendo desenvolver-se da mesma forma que os outros países da União, teria a vantagem, ou alguma vantagem competitiva, decorrente do baixo nível de salários, num mercado europeu, relativamente fechado. Logo, Portugal poderia ser uma espécie de região de manufactura da União Europeia, onde seriam fabricados os produtos de menor tecnologia, ao alcance das nossas empresas e da qualificação média da mão de obra nacional. Mas depois, caiu o muro. Com ele, ruíram as sociedades do Leste da Europa. A sua substituição impôs-se, e o modelo escolhido, foi naturalmente e à falta deoutro, o modelo económico liberal, conhecido por ser a melhor e mais rápida forma de chegar ao desenvolvimento pleno. De um momento para o outro, todos os planos de Portugal caíram por terra. Nos anos 80 como em outros períodos da nossa História, os nossos governantes fecharam os olhos, e decidiram seguir pelo caminho que lhes parecia mais simples e mais fácil. Estamos agora dentro de uma União Europeia que não entendemos, e para os desafios da qual não estamos preparados. A lentidão com que as instituições Portuguesas, tradicionalmente lentas e enferrujadas pelo ronronar sonolento de uma administração que dorme num dia solarengo e calmo de Verão, piora tremendamente a nossa situação. As politicas de subsídios e de apoios que criaram a ideia de que é possível viver sem fazer nada, aumentaram a indolência, e deram-lhe uma áurea de "aceitável". Hoje, o país enfrenta, como tantas vezes ao longo da sua longa história de quase nove séculos problemas graves, e o que é pior, a solução para os problemas decorrentes do fim do período imperial, que foi a União Europeia, parece agora patinar de forma continua, não se sabendo se o desequilíbrio vai acabar em queda. Se a Europa cair, precisamos pensar qual será o futuro, e precisamos pensar sobre que outras opções existem perante o fracasso da União Europeia.
Brites de Almeida
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